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Carta aberta




Frente às recentes declarações do senhor Carlos Wizard, conselheiro do Ministério da Saúde que chegou a ser convidado para o cargo de Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da pasta, o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul - COSEMS/RS sente-se na obrigação de vir a público manifestar-se.


São dignas de veemente repulsa as acusações levianas de que municípios e estados estariam "inflacionando o número de óbitos" por Covid-19. Segundo tal lógica descabida, nós, gestores, agiríamos desta maneira para que pudéssemos obter mais recursos às nossas cidades.

Além de revelar gritante desconhecimento dos princípios e da complexidade que norteiam o Sistema Único de Saúde (SUS), as alegações afrontam cada um dos secretários municipais brasileiros. No que se refere ao COSEMS/RS, atacam a honestidade de 497 agentes públicos responsáveis por gestões locais.


Cabe ressaltar, ainda, que tais afirmações desrespeitam a dedicação com que cada trabalhador da saúde tem atuado diuturnamente na prevenção ao novo Coronavírus. São milhares de profissionais no atendimento a pacientes e suporte a familiares que, sem descuidar da seriedade do tratamento dos registros epidemiológicos, registram e repassam com transparência dados de interesse de todos os cidadãos que precisam de prestação de contas ao Ministério da Saúde. Transparência esta, aliás que só faz luz ao estados e municípios, mas que vem sendo abalada nos últimos dias pelo próprio Ministério da Saúde, ao omitir dados gerais sobre contaminados e vítimas fatais da Covid-19 da própria população brasileira, negligenciando o ato de ampla publicidade pelos meios de comunicação.


Isso, somado ao desrespeito colocado em prático por representante do governo federal e não menos esdrúxula, a intenção do governo federal de recontar dados com o claro intuito de colocar em suspeita todo o esforço árduo de atuação no enfrentamento à pandemia, que vem sendo praticado por todos trabalhoso do SUS, como manobra para amenizar os impactos avassaladores do vírus sobre a população, só pode ser classificado como absolutamente inaceitável e um afronte, a quem merece no mínimo, respeito e dignidade.


O COSEMS/-RS, portanto, reforça seu repúdio tanto às declarações quanto à política da falta de transparência instituída recentemente pelo Ministério da Saúde. Órgão público que, neste momento histórico de pandemia, tem como obrigação coordenar o esforço para salvar vidas. E não relativizar vidas e aos demais gestores, sejam da esfera estadual ou municipal.


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