Entenda como as vacinas funcionam, porque são seguras – e porque você deve se vacinar
Quando um agente infeccioso (como um vírus ou uma bactéria) entra no organismo, ele invade as células do corpo e se multiplica. O corpo, por sua vez, reconhece essa invasão como inimiga e reúne estratégias de defesa, ativando o sistema imunológico.
O problema é que a reação do organismo pode ser lenta – e pouco eficaz, se o sistema imunológico estiver comprometido por outras doenças ou má alimentação, por exemplo. A infecção então avança rápido.
Por mais que tenha se esforçado, o sistema imunológico da pessoa não está conseguindo combater o invasor – e o quadro de saúde piora.
Mas, afinal, por que a vacina funciona?
A vacina induz uma resposta natural contra esses agentes infecciosos de forma muito inteligente. Como? Colocando o corpo em contato com o próprio microorganismo que transmite a doença, em um processo totalmente seguro e controlado.
Na prática, a vacina contém o agente (vírus ou bactéria) enfraquecido, assim, não pode adoecer ninguém. Isso acontece graças à ciência, que utiliza técnicas variadas, sendo uma das mais comuns aquela que “mata” o agente infeccioso (tecnicamente, vírus não são organismos vivos, então o termo mais adequado seria “inativa”).
Prevenir é melhor do que remediar
Em resumo, a vacina protege o corpo contra a doença. Ao receber uma vacina, a pessoa produz anticorpos para combater o agente infeccioso previamente, ou seja, antes de se expor ao microorganismo “real”.
Assim, quando ela entrar em contato com o vírus ou a bactéria “de verdade”, seu corpo já terá produzido os anticorpos necessários para enfrentar o inimigo. Aí fica fácil, fácil vencer essa batalha.
“A vacina é uma das maiores descobertas da ciência, pois evitou que milhões de pessoas adquirissem e morressem por diversas doenças infecciosas ao longo da vida”, explica o médico infectologista Luciano Goldani. “Sarampo, tétano, poliomielite, meningite meningocócica são alguns exemplos. Certamente estaríamos convivendo com essas doenças e elas trariam alta mortalidade se não fossem as vacinas.”
A varíola, por exemplo, é exemplo de uma doença que foi completamente eliminada do planeta graças à vacina.
É por todos nós
A vacinação é a principal estratégia para evitar mortes. No contexto da pandemia que estamos enfrentando, a vacina é a forma mais rápida e segura de se retomar a “vida normal” – sem vacina, é possível que tenhamos que conviver com picos e quedas de casos, internações e mortes por covid-19 durante anos.
Com boa parte da população vacinada, a economia e o setor de empregos serão novamente aquecidos. Os abraços serão totalmente liberados. Caminhar no parque, viajar nas férias e organizar encontros será seguro outra vez.
“A vacina não causa nenhum dano desses que dizem as fake news, ela é feita a partir de etapas e métodos científicos rigorosos”, alerta Goldani, que atua no Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA). “Meus colegas e eu vemos diariamente pacientes com covid-19 entubados. Além das pessoas idosas e do grupo de risco, temos visto ultimamente jovens sem nenhuma comorbidade em situação grave. Portanto, dizer que jovens não podem adoecer e ir a óbito não é verdade. Não existe a menor dúvida de que, quando a vacina chegar, todos os profissionais que trabalham e veem o que a doença causa vão se vacinar. A população deve fazer isso. É o melhor caminho que temos pela frente”, diz.
Vale lembrar que, no Brasil, as vacinas que serão distribuídas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) só serão liberadas à população depois de passarem por um rigoroso processo de avaliação e aprovação, feito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
*Fontes: AFP, GZH e Rede Análise Covid-19.
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